Sistema Online de Conferências - IFMG Campus Bambuí, XIII Jornada Científica

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DIVERSIDADE DE VESPAS SOCIAIS (VESPIDAE: POLISTINAE) COLETADAS COM ARMADILHA MALAISE EM FLORESTA DECIDUAL
Jaymess Duarte, Gabriel Faria, Gabriel Jacques, Marcos Souza, Taiguara Gouvêa, Maria Coelho

Última alteração: 2021-10-15

Resumo


As vespas sociais são popularmente conhecidas como marimbondos ou cabas e fazem parte da ordem Hymenoptera, família Vespidae e estão distribuídas nas subfamílias: Stenogastrinae, Vespinae e Polistinae. A subfamília Polistinae é a única encontrada no Brasil com 21 gêneros e 361 espécies. O crescente interesse em estudos de diversidade de vespas sociais no Brasil se deve à reconhecida importância ecológica que esses insetos apresentam atuando no equilíbrio trófico dos ecossistemas como predadores de insetos, polinizadores e como bioindicadores de qualidade ambiental. A floresta estacional decidual, também conhecida por mata seca, é uma fitofisionomia que compõe o Bioma Mata Atlântica, caracterizada pela deciduidade das espécies arbóreas que cobrem cerca de 3,4% do território de Minas Gerais. São vários os métodos de coleta descritos na literatura para estudos de diversidade de vespas sociais. Os mais utilizados são a busca ativa, uso de armadilhas atrativas e armadilhas de interceptação de voo do tipo malaise. Na literatura há o poucos estudos sobre vespas sociais na fitofisionomia mata seca, mostrando a importância de estudos de levantamento desses insetos em locais com este tipo de vegetação, principalmente em Unidades de Conservação, como no Parque Estadual da Mata Seca (PEMS), localizado no norte de Minas Gerais. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é obter dados da diversidade e dominância de espécies de vespas sociais no PEMS através da utilização de armadilhas do tipo malaise. As coletas foram realizadas de fevereiro a março (verão) e de março a abril (outono) de 2021, utilizando duas armadilhas do tipo malaise por coleta, que eram mantidas em campo por 30 dias. As armadilhas Malaise são confeccionadas com tecido fino e um frasco coletor preso ao tecido em uma das extremidades. Durante o voo, os insetos são interceptados durante o voo pelo tecido, e devido a tendência de subirem quando encontram um obstáculo, acabam caindo dentro do frasco coletor. Após o período em campo, os frascos coletores são retirados, as vespas sociais triadas, armazenadas em álcool 70% e posteriormente montadas em via seca para identificação. Foram coletados 146 indivíduos de 8 espécies diferentes, sendo 67 indivíduos de 6 espécies no verão e 79 indivíduos de 5 espécies no outono. Polybia occidentalis foi a espécie mais dominante com um total de 132 indivíduos coletados, com um índice de dominância de 90,4%. Esta espécie possui ampla distribuição na região nordeste do país, indicando uma adaptação em ambientes semiáridos, o que pode justificar estes resultados. Para inventários rápidos, a utilização da armadilha Malaise pode ser uma boa forma de amostrar este grupo de vespas, principalmente as que tendem a forragear no sub-bosque da floresta. Porém, para ter resposta mais próxima da realidade da diversidade de vespas sociais em uma área é importante uso de diferentes métodos de coleta, pois em geral as espécies possuem um comportamento de forrageio variado.

 

Palavras-chave: Inventário; Mata Seca; Polybia occidentalis.