Sistema Online de Conferências - IFMG Campus Bambuí, XIV Jornada Científica

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PROCEDIMENTOS ANESTÉSICOS E ANALGÉSICOS EM ANIMAIS DE COMPANHIA
Maria Eduarda Silva Teixeira, Nathan Gabriel Pereira Veloso, Joana Zafalon Ferreira

Última alteração: 2022-10-07

Resumo


Intervenções cirúrgicas são, frequentemente, necessárias e realizadas em animais de companhia, seja para o controle de temperamento ou tratamento de afecções clínico-cirúrgicas. Independente da causa pela qual os animais são submetidos a procedimentos cirúrgicos, o uso de medicamentos que impeçam ou minimizem a dor é imprescindível, sob tutela inclusive de obrigação ética. Entretanto, a realidade brasileira evidencia profissionais ainda negligentes, fato esse que culmina em sofrimento e danos emocionais e fisiológicos. Objetivou-se descrever quali-quantitativamente a conduta de médicos veterinários na realização de procedimentos anestésicos e analgésicos em animais de companhia e o conhecimento sobre bem-estar animal. Esses dados foram obtidos através de um formulário eletrônico, que aferiu não somente a formação, mas também a atuação profissional, capacidade profissional, bem-estar animal e capacitações. Os dados foram submetidos à análise descritiva e de frequência. Comparações foram executadas pelo teste de qui-quadrado e teste exato de Fischer (plataforma virtual Social Sciences Statistics) e consideradas significativas quando p<0,05. Vinte e cinco profissionais atuantes com animais de companhia compuseram o contingente amostral da pesquisa. A contenção química foi o método mais utilizado (56%), seguida de contenção física e química associadas (44%). Os protocolos anestésicos dos profissionais aparentaram albergar anestesia geral inalatória e intravenosa, sendo essas mais utilizadas quando comparadas à anestesia dissociativa. Os fármacos mais utilizados em todos os procedimentos cirúrgicos para ambas as espécies foram isofluorano e propofol, respectivamente. A realização da medicação pré-anestésica foi mencionada por 96% dos profissionais. Sobre as técnicas de bloqueio locorregional, a lidocaína e a bupivacaína foram os anestésicos locais mais citados por 84% e 32% dos participantes, respectivamente. As técnicas de bloqueio locorregional tópica, infiltrativa e espinhal foram as mais referenciadas. Os médicos veterinários realizam anestesia dissociativa principalmente com a cetamina associada ao midazolam, sem tranquilização e sedação prévia. Os anti-inflamatórios não esteroidais parecem ser os medicamentos analgésicos mais empregados em situações de dor em procedimentos cirúrgicos de castração do macho e da fêmea, cirurgias abdominais e procedimentos odontológicos, enquanto os opioides ficaram mais vinculados a procedimentos ortopédicos. Todos os profissionais afirmaram deter o conhecimento para avaliar a dor em pacientes caninos, independente de possuírem especialização (p>0,05). Ademais, observou-se a preocupação por parte de todos os profissionais quanto ao bem-estar animal, entretanto, 32% deles ainda não tem clareza quanto à temática das cinco liberdades dos animais. Houve interesse em capacitações em anestesia, analgesia, controle e avaliação da dor, além do bem-estar animal, independentemente do tempo de formação (p>0,05). Conclui-se que a maioria dos profissionais atua adequadamente nos procedimentos anestésicos e analgésicos de animais de companhia, porém é perceptível a necessidade de capacitações nas temáticas envolvidas por atuarem como alicerce para o aprimoramento profissional e melhoria da qualidade dos procedimentos.

Palavras-chave: analgesia; anestesia; bem-estar animal; conforto do paciente; dor.