Sistema Online de Conferências - IFMG Campus Bambuí, XIV Jornada Científica

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DEMARCAÇÃO GEOGRÁFICA DO TERRITÓRIO DE FABRICAÇÃO DAS NOVAS VERTENTES DO TRADICIONAL QUEIJO MINAS ARTESANAL DA CANASTRA.
Mariana Teran Silva, Sonia Duque Paciulli, Gaby Patrícia Teran Ortiz, Vladimir Antonio Silva

Última alteração: 2022-08-25

Resumo


Na região da Canastra, devido ao crescimento e reconhecimento dos queijos Minas Artesanal e buscando agregar valor ao produto, os produtores tem inserido gradativamente outras vertentes desses queijos. Produtos com características físicas e sensoriais diferentes daquelas consideradas tradicionais para o queijo Canastra. Os queijos das novas vertentes, surgiram devido às assessorias e intercâmbio técnico de diversos protagonistas que reforçaram para alguns produtores a importância de preservar a tradição e para outros as potencialidades de diferenciação do produto além do tradicional. A valorização desses produtos despertou o interesse dos produtores para experimentações e diversificações, incorporando ingredientes, mudando o tamanho, ambiente e/ou tempo de maturação. Este trabalho buscou mapear, identificar e caracterizar os locais de produção das diferentes vertentes dos queijos Minas Artesanais da microrregião da Canastra. Foram coletadas com auxílio de receptor GNSS as coordenadas geográficas das unidades de produção dos queijos. Posteriormente, os dados foram transferidos para um sistema de informações geográficas (SIG), utilizando programa ArcGis da ESRI®, de maneira a mapear a localização dessas unidades. Verificou-se que, a presença dos queijos artesanais das novas vertentes, é expressiva, tanto em diversificação das variedades quanto em relação ao número de produtores nos municípios de São Roque de Minas e Medeiros, em relação aos demais municípios da microrregião da Canastra. Nos municípios onde foram encontrados mais de um produtor das novas vertentes, observou-se a concentração destes numa mesma área do município avaliado. Analisando a espacialização das fazendas visitadas durante a pesquisa de campo, foi possível observar uma continuidade dos produtores que fazem parte de uma rede de cooperação. Tal proximidade se explica muito pela história desses, pelas suas relações e indicam um compartilhamento de cultura e hábitos, mas também de saberes locais. Quanto à produção de queijo, apenas uma (1) propriedade (5,90%) não produz o Queijo Minas Tradicional Artesanal da Canastra juntamente com as novas vertentes. E verificou-se que 100% das amostras de queijos coletadas neste estudo, provenientes do município de São Roque, Delfinópolis e Tapiraí possuem produção contínua dos queijos das novas vertentes. Em Medeiros, 38% apresentam produção contínua e 62% apenas sob encomenda e em Bambuí, o único produtor de novas vertentes do município, produz esses queijos apenas por encomenda. Diante desse levantamento se torna possível entender que a produção contínua em São Roque e Delfinópolis é marcada devido ao grande fluxo de turismo presente nesses municípios, que inclusive, contam com passeios que conduzem os turistas às propriedades, proporcionando maior demanda. No caso de Tapiraí, o produtor consegue comercializar o produto durante todo ano, embora o município não seja local turístico. Os produtores fazem queijos diferenciados para um público marcado pela fidelidade da procura. Conclui-se ao demarcar geograficamente o território de fabricação das novas vertentes do tradicional queijo Minas Artesanal da Canastra, que há uma maior concentração de produtores numa mesma área dentro dos municípios de São Roque e Medeiros, onde estes queijos adquirem uma maior importância. Os demais munícipios ainda possuem poucas ou nenhuma atividade relacionada as novas vertentes.

Palavras Chaves: coordenadas; lácteos; mapeamento em SIG; maturação, turismo