Última alteração: 2022-09-29
Resumo
Atividades de ensino sobre fauna silvestre são um desafio histórico no Brasil. Uma das saídas para este problema tem sido explorar a transdisciplinaridade, firmar convênios e realizar atividades extracurriculares. O GEAS – Grupo de Estudos em Animais Silvestres (IFMG-Bambuí) tem criado oportunidades teórico-práticas para o desenvolvimento dos discentes nesta temática. Por isso, objetivou-se avaliar a percepção dos membros do GEAS acerca de uma atividade prática no Setor de Pacas (Cuniculus paca) “Arca de Noé”, além de realizar uma visita técnica para observar a estrutura do criatório. No dia 31/05/2022, entre 17:30 e 19:30 visitou-se o setor e dividiu-se a turma em duas equipes para observação do comportamento durante um enriquecimento ambiental, bem como da estrutura física. Os participantes receberam um roteiro de visitação contendo um croqui do criatório para inserir no mesmo os seus componentes. Posteriormente, discutiu-se sobre criatórios de animais silvestres, sobre a espécie alvo, estrutura do local e levantou-se as possíveis melhorias. A atividade foi finalizada aplicando-se o questionário sobre as percepções dos discentes acerca da visita técnica e sua possível utilização como estratégia de ensino. Os dados numéricos foram tratados com estatística descritiva e apresentados em porcentagens. Dos 21 entrevistados, 90,5% acreditam que este tipo de atividade deveria ser uma rotina na graduação. Todos os alunos a recomendariam a docentes e acreditam que ela ajudou na compreensão sobre o tipo de experimento realizado. Pelo menos 85,7% dos participantes reconheceram as diversas premissas que justificam a implantação de enriquecimentos, como, identificar o repertório comportamental, compreender as interações e diagnosticar estereotipias. Cerca de 19%, 15%, 28% e 28% dos visitantes presumem que o criatório não tem boas condições estruturais, de manejo, higiênicas e de bem-estar, respectivamente. Dentre as sugestões de melhorias levantadas, encontram-se: substituição de tocas, melhoria na limpeza, manutenção das piscinas cheias, estratégias em prol do bem-estar, redução do plantel e estação de monta (quando a reprodução for desejada). Com relação à estrutura, foi considerada adequada para o tipo de criação, embora careça de melhorias no manejo. Os discentes avaliaram positivamente a atividade e puderam perceber as potencialidades, os pontos críticos, bem como sugerir melhorias no setor, apontando o enriquecimento como uma alternativa para a melhoria do bem-estar dos animais.
Palavras-chave: Cuniculus Paca; GEAS IFMG-Bambuí, Questionário; Visita técnica.