Sistema Online de Conferências - IFMG Campus Bambuí, XIV Jornada Científica

Tamanho da fonte: 
CARACTERIZAÇÃO DAS AFECÇÕES PODAIS EM VACAS LEITEIRAS MESTIÇAS DE PROPRIEDADE RURAL LOCALIZADA NA REGIÃO DA SERRA DA CANASTRA
Isadora Carvalho Leite (1)*, Mariana Teran Silva (1)**, Felipe Gomes Soares (1), Marcos Aurélio Dias Meireles (1), Vinícius Silveira Raposo (1), Cândice Mara Bertonha (1)

Última alteração: 2022-09-29

Resumo


As lesões podais são frequentes na bovinocultura de leite e seu surgimento está relacionado com a conformação do casco, manejo, fatores ambientais e nutricionais, influenciando na longevidade do animal e na sua capacidade produtiva. Desse modo, objetivou-se com o presente trabalho caracterizar as afecções podais em vacas leiteiras mestiças da Fazenda Varginha, no Instituto Federal de Minas Gerais, Campus Bambuí, localizado na região da Serra da Canastra. Até o momento foram avaliadas 33 vacas mestiças, com peso médio de 553 kg e escore médio de condição corporal 3, em período de lactação e escore médio de locomoção 1. Os animais foram colocados em tronco específico para a imobilização dos membros, higienização com água e sabão neutro, inspeção e palpação e diagnóstico das lesões podais. Por fim, foi realizada a avaliação morfométrica dos cascos com o auxílio de um paquímetro mecânico. Os parâmetros avaliados foram o comprimento diagonal do casco, comprimento do casco, comprimento da parede dorsal do casco, altura de talão, altura de pinça, largura dos dígitos medial e lateral e comprimento dos dígitos medial e lateral. A análise descritiva demonstrou que dentre as vacas avaliadas, 42,2% apresentam algum tipo de afecção podal, valor aproximado ao que é observado na literatura. Até o momento foram caracterizadas as seguintes afecções: unha em tesoura (41,9%), unha assimétrica (16,12%), sola dupla (12,9%), fissura da parede axial (12,9%), fissura horizontal da parede (6,45%), dermatite interdigital (3,22%), hemorragia circunscrita da sola (3,22%) e erosão de talão (3,22%). Além disso, observou-se até o momento que um maior número de animais apresentou afecções localizadas nos membros torácicos (51,8%) que nos membros pélvicos (48,1%), o que difere do observado na literatura. A análise morfométrica revelou até o momento os resultados médios de comprimento diagonal do casco (14,8 cm), comprimento do casco (11,3 cm), comprimento da parede dorsal do casco (8,47 cm), altura de talão (4,36 cm), altura de pinça (7,7 cm), largura do dígito medial (5,05 cm), largura do dígito lateral (5,49 cm), comprimento do dígito medial (8,79 cm) e comprimento do dígito lateral (8,78 cm). Os valores obtidos se aproximam aos relatados pela literatura. Conclui-se que as vacas avaliadas até o presente momento apresentam tipos de afecções podais que pouco influenciam na sua locomoção, possivelmente devido ao sistema de criação semi-intensivo que são submetidas. Além disso, a morfometria dos cascos não foge ao que é proposto na literatura para os animais desta raça, não interferindo na biomecânica e distribuição da pressão que atua no dígito destes animais. Outros animais serão avaliados e ao término do experimento, os dados serão avaliados utilizando o programa Sigma Plot 11.0, por meio do método de correlação de Pearson, com o propósito de se determinar a associação entre as variáveis avaliadas em nível de significância de 5%.

Palavras-chave: bovino, casco, afecções, morfometria.