Sistema Online de Conferências - IFMG Campus Bambuí, XIV Jornada Científica

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EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO PROTEICA NO PERÍODO DE SECA, SOBRE ÁREA DE CRIA EM COLMEIAS DE Apis mellifera
Gabriela Luiza Soares Clarindo, Urbano Teixeira Guimarães e Silva, Simone Magela Moreira, Yasmin Vinhal Freitas Madio

Última alteração: 2022-08-25

Resumo


A Apis mellifera é uma espécie de valoroso papel ecossistêmico no Brasil. Isso se deve principalmente ao seu potencial polinizador que promove a saúde e a manutenção reprodutiva da flora nativa e a produção de mel, própolis e cera. No processo de criação, esses animais são submetidos a desafios que influenciam sua produção e o volume de indivíduos que compõem as colmeias. A escassez de flora resultante das queimadas durante o inverno, ou as chuvas intensas que ocorrem durante o verão, estimulam a enxameação (migração de parte do enxame) devido à ausência de nutrientes necessários para o desenvolvimento bionômico desses insetos. Por isso, a alimentação artificial vem sendo cada vez mais utilizada pelos apicultores para que possam ter colônias populosas no início da florada que possam extrair ao máximo, os recursos naturais, em prol de uma maior produção ao longo do ano. Desse modo, o presente estudo descritivo visa comparar os efeitos da suplementação proteica no período de seca, sobre área de cria em colmeias de Apis mellifera, mantidas na área rural do município de Bambuí (MG), em apiário parceiro da pesquisa. Para isso, utilizou-se do suplemento veterinário Equilibriumⓒ, na concentração de 5 ml/litro da solução comercial + 700 ml de xarope de açúcar diluído em 450 ml de água, oferecido durante o período entre 09/07 (D0) e 06/08 (D4) de 2022,  para o exame nomeado (T1R1). Como controle, outro enxame (T0R1) recebeu, no mesmo período, apenas a suplementação energética (700 ml de xarope de açúcar por 450 ml de água), sem o proteinado. Semanalmente, foram fornecidos 4 litros de suplementos (energético ou proteinado) por colônia e, durante as atividades de alimentação artificial, foram realizados registros fotográficos dos quadros, após a sobreposição de um gabarito de madeira - Modelo Al Tikrity et al. (1971) - que facilitou a localização e a quantificação das crias fechadas nos enxames. Como resultado, observou-se que a colmeia (T1R1) que inicialmente (D0) apresentava 26,9% de área de cria fechada, atingiu 51,6% na análise final (D4),  representando um crescimento percentual de aproximadamente 92% na ocupação por crias fechadas. Já a colmeia não proteinada (T0R1) que no início apresentava-se com 23,8% de ocupação, ao final da quarta semana (D4) aumentou para 34,4%, configurando um crescimento percentual de aproximadamente 40% nas áreas de crias. Esta diferença de 52% no percentual da taxa de ocupação final, sugere que a suplementação proteica pode influenciar positivamente a postura da rainha. Este resultado é corroborado por pesquisadores que demonstraram ser a reprodução, uma das atividades mais comprometidas na escassez de pólen, principal fonte proteica natural para as abelhas. A suplementação tem demonstrado favorecer a vitalidade, a garantia de equilíbrio entre a emergência e a mortalidade e o aumento da resistência imunológica das colmeias. Desse modo, é possível concluir que a suplementação com proteinado veterinário pode colaborar para o aumento no número de indivíduos, mesmo durante o período de seca, quando há pouco pólen disponível na natureza, garantindo a manutenção e o desenvolvimento na colmeia de Apis mellifera.