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DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA A EDUCAÇÃO HISTÓRICA NO ENSINO TÉCNICO INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO: UM ESTUDO DIAGNÓSTICO
Última alteração: 2022-09-12
Resumo
Esta pesquisa parte da concepção de que há uma necessidade contínua e ampla de reflexão sobre o ensino de História que resultem em práticas que evidenciem para o aluno as metodologias (da História e do ensino da História), as habilidades desenvolvidas e os seus sentidos, levando em consideração a bagagem significativa de conhecimentos que traz consigo. Conteúdos com aspectos históricos estão presentes na vida dos alunos desde muito cedo. Eles possuem, ainda, referências de espaços, instituições, meios de comunicação, pessoas, por meio dos quais acessa esses conhecimentos, seja na forma recreativa, cultural, moral ou educacional. O contato com essa cultura histórica, entretanto, não é garantia de que o aluno saiba utilizá-la para entender e operacionalizar a sua própria realidade. Assim, o objetivo deste trabalho é analisar, com base no arcabouço teórico-metodológico das pesquisas em ensino de História, como os alunos do IFMG - Campus Betim matriculados na primeira, segunda e terceira séries do ensino médio, durante o ano de 2021, acessam e interpretam o conhecimento histórico e em que medida são capazes de identificar a complexidade dos processos históricos e a instrumentalização para o pensar que esta pode lhes oferecer para o posicionamento e as escolhas da vida cotidiana. A investigação alcançou, ainda, os responsáveis pelos alunos, já que escutar as famílias pode ajudar a entender as percepções dos alunos sobre a História e as motivações da escolha – sempre familiar – pelo ensino público tecnológico. Outro aspecto é conhecer a visão dos colegas de trabalho, sobretudo dos professores de outras disciplinas, sobre o ensino de História, uma vez que conteúdos históricos estão presentes em todas as disciplinas e salas de aula, de forma consciente ou não por parte do professor, além de a instituição propor uma formação integrada, na qual o diálogo entre as disciplinas deve ser, ao menos, desejado. Para tanto, utilizam-se metodologias quantitativas e qualitativas de coleta de informações com alunos, seus responsáveis legais e professores, lançando mão de questionários específicos de pesquisa de opinião e conversas com grupos focais. A reflexão parte ainda de um contexto de incertezas que ronda o ensino de História e da identificação de uma formação histórica deficiente junto aos alunos que ingressam no IFMG. As alterações na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que organiza o ensino médio por áreas de conhecimento, e não mais por disciplinas, também ampliam as inseguranças em relação à organização dos currículos e à oferta de material didático básico para os alunos. Diante desse cenário, a investigação contribui para se entender melhor a construção cognitiva que alicerça as críticas aos fazeres e ao ensino da História, mas também como argumentar contra visões estreitas, na busca pelo diálogo institucional e por uma formação histórica de qualidade para os estudantes do IFMG - Campus Betim.
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