Motores de combustão interna flex são largamente utilizados no Brasil, embora ainda apresente desafios para as indústrias automotivas e consumidores, cada vez mais exigentes, tanto com o design quanto com o desempenho. Em dias frios e/ou quando o veículo fica um longo período parado, ele pode apresentar dificuldades em dar a partida a frio. Além de causar estranheza e causar inquietação, o consumidor leigo fica sem entender o que pode estar acontecendo com o veículo que demora mais tempo que o habitual para conseguir ligar. Este trabalho se insere neste contexto. O artigo descreve as etapas de planejamento e análise de experimentos para testar a influência de alguns fatores no tempo de partida a frio de um veículo de passeio equipado com motor flex. Foram considerados três fatores, com dois níveis cada, sendo eles: temperatura de água do cabeçote (8ºC/13ºC), temperatura de ar na borboleta (10ºC/15ºC) e gasolina envelhecida no reservatório de partida a frio (não/sim). A fase do planejamento foi realizada utilizando-se um planejamento fatorial. Já a etapa de análise estatística e descritiva dos dados e a obtenção de conclusões foram realizadas com o auxílio de uma ANOVA gerada para este tipo de planejamento. Testes a posteriori foram realizados para validar o modelo gerado e para visualizar a influência dos fatores/níveis na variável de resposta. Todo o ambiente de testes era controlado e os equipamentos devidamente calibrados. Os resultados obtidos permitem concluir que considerando um nível de significância de 0,05, os fatores Temperatura de ar na borboleta e Temperatura de água no cabeçote podem influenciar no tempo de partida a frio de um veículo com motor flex, sendo que o segundo terá maior significatividade quando o fator Gasolina envelhecida for igual a não. Os resultados ajudam a compreender o quê observar durante a partida a frio de um veículo e, também, oferece um melhor entendimento dos fatores mais relacionados ao tempo da partida.