Última alteração: 2022-11-08
Resumo
Embora constitua Região Metropolitana desde 2006 (apesar de reconhecida pela Lei Complementar Estadual nº 51/1998, só foi efetivada como Região Metropolitana em 12/01/2006), o Vale do Aço carece da produção de informação e de conhecimento urbano-regional sobre si mesmo, sendo a criação de um Observatório uma iniciativa inédita. Além de produzir conhecimento e inteligência estatística e geográfica para o desenvolvimento do Vale do Aço, o Observatório das Metropolizações Vale do Aço tem por objetivo monitorar o panorama regional metropolitano, produzindo e analisando dados e informações sobre a economia, a população, a sociedade e o território dos 28 municípios da Região Metropolitana mais Colar Metropolitano, além de publicar análises altamente qualificadas de cenários que apoiem a tomada de decisão de cidadãos, instituições, gestores, investidores e empresários, oferecendo-se ainda como um canal de mediação, via assessoria e consultoria técnica, do Vale do Aço com as estatísticas oficiais. Em termos de metodologia, o projeto se utiliza da estruturação de uma base de dados estatísticos e geográficos, alimentada, sobretudo, pelos dados abertos do IBGE, do Ministério do Trabalho e Previdência, do TCE-MG e da Receita Federal. A partir desta base, o projeto produz diagnóstico de cenários para serem disseminados por meio da comunicação digital (Blog e redes sociais), da imprensa (jornal Diário do Aço) e de publicações técnicas e acadêmicas, especialmente Boletins técnico-informativos anuais sobre o mercado de trabalho, a atividade econômica, a população e as finanças municipais. Entre os resultados do projeto até o momento destacam-se, especialmente: (i) a Cartografia da Metropolização do Vale do Aço, a partir do inédito mapeamento da Região Metropolitana Expandida (Belo Oriente, Caratinga, Coronel Fabriciano, Ipatinga, Santana do Paraíso e Timóteo) e do Colar Metropolitano Contraído (os 22 municípios restantes); e (ii) a reprodução do indicador de metropolização do geógrafo William Passos (2022), que classifica o Vale do Aço como uma metropolização do interior, consolidada, monocêntrica e de média concentração urbana, que ocupa a condição de principal metropolização do interior brasileiro dentro da Região Sudeste, fora do estado de São Paulo. Tal constatação permite concluir que o Vale do Aço configura-se, na verdade, como uma Região de importância nacional, sendo a segunda metropolização de Minas Gerais, atrás apenas de Belo Horizonte. Por outro lado, diferentemente da capital do estado, o processo de desenvolvimento urbano desta segunda metropolização esteve associado ao conceito de cidade-empresa, formulado por Piquet (1998), no sentido de núcleo urbano construído por empresas de grande porte, no caso do Vale do Aço, a Usiminas, em Ipatinga, e a Acesita, em Timóteo, responsáveis pela estruturação da ocupação urbana, pela construção de casas e estabelecimentos, pela abertura de ruas e pela implantação de unidades de saúde, escolas, espaços culturais e de lazer, além de redes de transportes e comunicação, que produziram, inicialmente, a conurbação da aglomeração Ipatinga–Coronel Fabriciano–Timóteo, classificada como Área de Concentração de População (ACP) pela Tese de Doutorado de Maria Luisa Castello Branco (2003) já no início dos anos 2000.