Sistema Online de Conferências - IFMG Campus Bambuí, Seminário de Iniciação Científica (SIC) 2022

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AVALIAÇÃO DAS MUDANÇAS NOS HÁBITOS ALIMENTARES E NOS HÁBITOS DE VIDA DOS ALUNOS DOS CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DURANTE O PERÍODO DE ISOLAMENTO SOCIAL
Thalita Macedo Araújo, Lívia Leal Keller Borges, Jéssica Bibiano Goulart, Míriam Conceição de Souza Testasicca, Letícia Terrone Pierre, Lara Borges de Oliveira, Maria Fernanda Aparecida Marques

Última alteração: 2022-11-04

Resumo


A pandemia da COVID-19 surgiu na China, em dezembro de 2019, e acarretou a necessidade de se tomarem medidas de prevenção restritivas, por exemplo, o isolamento social. Como consequência, foram observadas alterações no cotidiano e na rotina de indivíduos de todo o mundo, incluindo adolescentes. Esses, por estarem em uma fase de desenvolvimento com alterações psicológicas muito expressivas, podem sofrer bastante com a limitação da socialização e da ausência do contato. Portanto, este estudo teve por objetivo avaliar as mudanças nos hábitos alimentares e de vida dos alunos dos cursos técnicos integrados de uma escola pública durante a quarentena, bem como analisar as consequências dessas modificações para o bem-estar dos jovens. Foi realizado um questionário eletrônico por meio do Google Forms - composto por cerca de 60 questões socioeconômicas e sobre a saúde dos estudantes antes e durante o período de isolamento. Os dados obtidos foram analisados de forma descritiva com o auxílio do software PSPP. No total, foram obtidas 150 respostas válidas, em sua maioria do sexo feminino (66,7%), residente da cidade de Ouro Preto (55,4%), na zona urbana (87,2%). Todas as séries dos cinco cursos técnicos integrados ofertados pela escola em questão tiveram participantes. De um modo geral, os dados coletados parecem reforçar o impacto econômico sofrido pela população durante a pandemia, considerando que: 19,5% dos respondentes iniciaram um trabalho durante a pandemia; houve redução na frequência de consumo de alimentos com maior valor agregado (legumes, verduras e guloseimas) e, especialmente, pelo fato de 18,25% dos respondentes relatarem ter sentido fome, em algum momento, em consequência da falta de alimentos suficientes em casa. Evidências do aumento do sedentarismo também foram observadas, tais como a redução na prática de atividades físicas ou redução em sua duração e o elevado número de horas que os respondentes permanecem sentados. Em relação às condições de realização das refeições, foi relatado aumento do número de estudantes que realizam suas refeições principais sem companhia e alto índice de uso de equipamentos eletrônicos durante a refeição, hábitos potencialmente relacionados ao aumento da incidência de obesidade e diabetes. Questões relacionadas à qualidade de vida geral dos alunos mostraram que houve uma redução no número de horas de sono, aumento significativo no número de horas de uso de equipamentos eletrônicos e relato de uso de bebidas alcoólicas, ainda que esporadicamente, por mais de 25% dos respondentes. A fase de análise de dados deste trabalho ainda não foi concluída e espera-se que ainda sejam verificadas correlações entre os dados socioeconômicos, os hábitos alimentares e os hábitos de vida dos respondentes e que esses forneçam maiores indicativos dos impactos do isolamento social sobre a saúde física e mental dos estudantes avaliados.

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