Este trabalho derivou da atuação do Grupo de Pesquisa sobre o Discurso Institucional na Iniciação Científica e Tecnológica do IFMG, Campus Congonhas, por meio do projeto “Discurso, turismo e ensino: análises discursivas de uma entrevista e uma visita guiada”, realizado no período de agosto de 2021 a janeiro de 2022. Conforme apontado por alguns especialistas, o turismo se caracteriza como um conjunto de atividades que envolvem o deslocamento de pessoas de um lugar para outro e sua permanência nele, seja ele doméstico ou internacional. Calcados sob esse viés, interessou-nos, nesta pesquisa, analisarmos os motivos pelos quais o município de Congonhas é considerado uma “cidade turística de passagem”, diferentemente de outras cidades históricas localizadas na mesma região, a partir do exame da entrevista[1] que realizamos com a Coordenadora do Observatório de Turismo em Minas Gerais, a servidora Júlia Boroni. Nosso intento foi tentar compreender quais aspectos foram responsáveis pela construção do ethos prévio de que o município de Congonhas é considerado uma “cidade turística de passagem”. Como método de análise, valemo-nos de categorias como cenografia, cena englobante, cena genérica, ethos discursivo (MANGUENEAU, 2006; 2008; 2015) e os desdobramentos da concepção de ethos (CHARAUDEAU, 2006), a fim de compreender, a partir dos dados coletados na entrevista, os fatores que levam Congonhas a ser caracterizada como “cidade turística de passagem”. A partir da análise empreendida, obtivemos tais  indícios: percebeu-se, por um lado, que a cidade parece não explorar enfaticamente a sua vocação turística por meio da divulgação de lugares, eventos, dentre outros elementos e, por outro, notou-se que o engajamento dos atores políticos locais em mudar tal representação não pareceu ser tão evidente.