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Este trabalho está centrado na investigação dos processos de adjetivação que constituem formações nominais nucleadas pelo substantivo “empreendedorismo”. Foram escolhidas as ocorrências a seguir, a título de exemplares de uma análise que pode se expandir para outras ocorrências, em postagens da rede social Instagram: “empreendedorismo feminino”, “empreendedorismo jurídico”, “empreendedorismo negro”, “empreendedorismo verde”, “empreendedorismo pet”, “empreendedorismo jovem” e “empreendedorismo familiar”. O procedimento de observação da língua em uso adotado aqui é sustentado pela grade teórica de uma semântica de bases enunciativas (GUIMARÃES, 2018 e DIAS, 2018), que entende a língua como um fato histórico-social cujo funcionamento se estabelece em duas interfaces. A primeira diz respeito à temporalidade: um passado de dizeres anteriores e uma latência de futuros nos dizeres do presente. A segunda interface, inerente ao linguístico, refere-se à materialidade da língua (gramatical) e a sua contraparte simbólica (da ordem dos sentidos). Vislumbrando essas interfaces, pretende-se aqui entender como se dá a articulação adjetiva, para além de qualificar um conceito dado, pré-existente. Especificamente, este trabalho propõe-se a investigar como se constroem as perspectivas que na articulação com o nome-núcleo “empreendedorismo”, que tem circulado de forma recorrente nos dizeres contemporâneos sobre o mundo do trabalho e aparece de forma persistente, inclusive, no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI 2019-2023) do IFMG. São mobilizados para o desenvolvimento das análises, principalmente, os conceitos de referencial histórico, de pertinência enunciativa (DIAS, 2018) e de reescrituração (2007). O recurso metodológico empregado é o das redes enunciativas (DIAS, 2018), pois, além de sua funcionalidade, tem-se, como propósito mais amplo deste trabalho, promover o recurso das redes enunciativas que será utilizado para dar visibilidade aos contrastes de sentidos entre os diferentes processos de adjetivação, como metodologia a ser empregada no letramento científico no ensino médio técnico integrado. É possível verificar até aqui que a articulação do nome-núcleo “empreendedorismo” com diferentes adjetivos promove não apenas classificações diferentes de empreendedorismos, mas promove, ora expansão, ora restrições, ora remanejamentos pela interseccionalidade com os sentidos que se interpõem pelo referencial histórico trazido por esses adjetivos.