Sistema Online de Conferências - IFMG Campus Bambuí, XIII Jornada Científica

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PARASITOIDES DE Polistes versicolor (VESPIDAE: POLISTINAE) EM AMBIENTE AGRÍCOLA
Sheliane Cristina Coelho Francisco, Gabriel de Castro Jacques, Luís Cláudio Paterno Silveira

Última alteração: 2021-10-15

Resumo


As vespas sociais pertencem à ordem Hymenoptera e família Vespidae, distribuídas nas subfamílias: Stenogastrinae, Vespinae e Polistinae. A subfamília Polistinae possui alta diversidade na região Neotropical, e é a única que contém vespas eussociais que ocorrem no território brasileiro, onde encontramos 21 gêneros e 361 espécies. Estes insetos exercem funções ecológicas importantes no ambiente através do comportamento de forrageio, que é a habilidade em sair e retornar ao ninho, utilizando muitos recursos do ambiente como água, materiais vegetais para construção dos ninhos, néctar e presas. As vespas sociais são predadores de diversas pragas agrícolas, desempenhando um papel importante no controle biológico, com destaque para espécies do gênero Polistes, que atacam principalmente lagartas de Lepidoptera. Algumas espécies de parasitoides atacam ninhos de vespas sociais causando a mortalidade de larvas, pupas e vespas adultas. Isto ocorre pois os ninhos destas vespas são um ambiente rico em recursos para muitos parasitoides, que ao ser atraídos podem acarretar altos custos para a colônia. O ataque de himenópteros parasitoides podem ser um dos principais fatores de mortalidade entre as vespas sociais nos primeiros estágios de desenvolvimento, prejudicando desta maneira o controle biológico exercido por estes insetos. O objetivo deste estudo é verificar a ocorrência, identificar e registrar parasitoides em ninhos de Polistes versicolor (Vespidae: Polistinae) no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG), Campus Bambuí, Brasil. Foram coletados quatorze ninhos de P. versicolor, espécie dominante no campus. Os ninhos, sem a presença dos adultos, foram colocados em recipientes de plástico cobertos por uma estrutura com ventilação em tecido e mantido em incubadora do tipo B.O.D durante aproximadamente 40 dias, a 25°C e umidade relativa de 70%. Foram registrados o número de alvéolos de cada ninho, assim como o número de alvéolos ocupados com ovos, larvas e pupas. Os parasitoides que emergiram foram fixados em álcool 70% para posterior identificação. Os ninhos tinham uma média de 110,64 ± 34,5 alvéolos, 13,92 ± 5,32 ovos, 14,5 ± 4,46 larvas e 11,28 ± 7,38 pupas. Foram registrados parasitoides em quatro dos 14 ninhos coletados, destes, três deles eram os maiores ninhos em número de alvéolos. Este alto número de ninhos parasitados pode ser devido ausência de um envelope de proteção do ninho de P. versicolor. O parasitoide emergido pertence à ordem Hymenoptera, família Eulophidae e gênero Elasmus. A identificação a nível de espécie ainda está em andamento, mas provavelmente se trata da espécie Elasmus polistis Burks, uma espécie de parasitoide já identificada parasitando outras espécies de vespas do gênero Polistes, inclusive P. versicolor em dois estudos no Rio Grande do Sul, Brasil. Este estudo é o primeiro estudo que demonstra a ocorrência desta espécie parasitando vespas sociais em Minas Gerais.

 

Palavras-chave: Controle biológico; Elasmus; Eulophidae.