Sistema Online de Conferências - IFMG Campus Bambuí, XIII Jornada Científica

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DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA DE FUSTES NO INTERIOR E BORDAS DE PARCELAS ÀS MARGENS DE UM POVOAMENTO DE EUCALIPTO
Thamara Júlia Ferreira Almeida, Acálita Godinho de Oliveira, Isadora Azevedo Perpétuo, Fernanda Aparecida Nazário de Carvalho, Nívea Fransuelli da Silva Madureira, Bruno Oliveira Lafetá

Última alteração: 2021-10-13

Resumo


A modelagem da distribuição diamétrica é uma técnica importante para o planejamento de múltiplos produtos madeireiros, permitindo a execução de prognoses e simulações de desbaste. Todavia, ainda, persistem dúvidas sobre a definição de bordadura para lançamento de parcelas em inventários florestais, sobretudo, em povoamentos com idades avançadas e/ou próximas àquela de colheita. O objetivo do presente trabalho foi comparar a distribuição diamétrica de fustes no interior e bordas de parcelas instaladas às margens de um povoamento de eucalipto. Os dados utilizados no presente trabalho foram provenientes de uma unidade de manejo florestal situada no município de Itamarandiba – MG. A implantação foi realizada em dezembro de 2002 com um híbrido de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden × E. camaldulensis Dehnh e sob arranjo espacial de plantio 3 × 3 m (9 m2). Estabeleceram-se três parcelas experimentais retangulares com seis linhas de plantio às margens do povoamento (28 covas por linha), perfazendo um total de 168 covas (equivalente a parcelas de 1.512 m2). Cada parcela foi dividida em três regiões, assim discriminadas: Borda 1 – refere-se à primeira linha limítrofe da parcela; Borda 2 – refere-se à segunda linha limítrofe da parcela e; Centro – interior da parcela (sem bordadura dupla). Aos 85 meses de idade, mensuraram-se o diâmetro a 1,30 m de altura do solo (Diâmetro à Altura do Peito, DAP, cm) de todos os fustes com auxílio de suta mecânica. Os dados foram agrupados em classes de tamanho regulares de 2 cm de DAP. Ajustou-se a função Weibull de 2 parâmetros (Weibull 2P) para a modelagem da distribuição diamétrica de cada região das parcelas pelo método da máxima verossimilhança, adotando o algoritmo de otimização de Nelder e Mead. Calculou-se a raiz quadrada do erro médio (RQEM). A aderência da função aos dados observados foi avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Comparou-se as estimativas de frequência entre regiões de parcela pelo teste F de Graybill, assumindo como referência a região central das parcelas. Todas as análises estatísticas foram efetuadas com auxílio do software R (versão 4.1.0), ao nível de significância de 5% de probabilidade. Os valores dos parâmetros de forma e escala foram de: γ = 9,712945 e β = 16,747591 (RQEM = 0,1119) para Borda 1; γ = 12,708140 e β = 16,126300 (RQEM = 0,1119) para Borda 2 e; γ = 10,803560 e β = 15,932620 (RQEM = 0,1195) para Centro, respectivamente. A aderência foi verificada em todos os ajustes realizados e as distribuições diamétricas de bordas foram estatisticamente similares àquela do interior das parcelas. O formato de sino foi evidenciado para as distribuições diamétricas, que é o previsto para florestas equiâneas. Conclui-se que não houve a influência da borda na distribuição diamétrica de fustes do híbrido aos 85 meses de idade. A função Weibull foi eficiente para a estimativa da frequência relativa de fustes em diferentes classes de diâmetro de eucalipto.