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Presença de cipós e distribuição diamétrica da família Fabaceae em vegetação o entorno de nascentes
Última alteração: 2021-10-13
Resumo
Investigações científicas sobre a estrutura de povoamentos inequiâneos subsidiam a definição de práticas silviculturais para o manejo florestal sustentável, para estímulo do crescimento da vegetação remanescente de maior interesse comercial ou ecológico. A modelagem de distribuições biométricas tem ganhado cada vez mais destaque devido sua contribuição para o planejamento de empreendimentos florestais. A distribuição diamétrica é frequentemente modelada empregando funções densidade de probabilidade (f.d.p), especialmente a função Weibull. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência de cipós na distribuição diamétrica de fustes da família Fabaceae no entorno de nascentes. Os dados utilizados no presente trabalho foram provenientes de um inventário florestal realizado na vegetação ciliar de duas nascentes pontuais na bacia do rio São Nicolau, ambas localizadas em área de domínio de Mata Atlântica no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais - campus São João Evangelista-MG. A amostragem foi conduzida em 10 parcelas retangulares de 300 m2 (10 × 30 m), sendo distribuídas 5 unidades para cada nascente. Os fustes com circunferência a 1,30 m de altura do solo (circunferência à altura do peito, CAP) igual ou superior a 10,0 cm foram enumerados e tiveram a copa classificada qualitativamente em duas categorias: Cipó 1) ausência de cipó e; Cipó 2) presença de cipó somente na copa. O CAP foi tomado com auxílio de fita métrica e o respectivo diâmetro (DAP, cm), calculado pela razão entre circunferência e o valor de pi (3,141592654...). Os dados foram agrupados em classes de tamanho regulares de 3 cm de DAP. Ajustou-se a função Weibull de 2 parâmetros (Weibull 2P) para a modelagem da distribuição diamétrica de cada categoria de copa, adotando o método da máxima verossimilhança e o algoritmo de otimização de Nelder e Mead. Calculou-se a raiz quadrada do erro médio (RQEM). A aderência da função aos dados observados foi avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Comparou-se as estimativas de frequência entre categorias de copa pelo teste F de Graybill. Todas as análises estatísticas foram efetuadas com auxílio do software R (versão 4.1.0), ao nível de significância de 5% de probabilidade. A amostragem contemplou 51 e 40 fustes nas categorias de Cipó 1 e Cipó 2, respectivamente. Os valores dos parâmetros de forma e escala foram de γ = 1,396848 e β = 13,215585 (RQEM = 0,0999) para Cipó 1 e de γ = 1,469421 e β = 13,304722 (RQEM = 0,1090) para Cipó 2, respectivamente. A aderência foi verificada em ambos os ajustes e a distribuição diamétrica da Cipó 1 foi estatisticamente similar àquela da Cipó 2. O decréscimo da quantidade de fustes com o aumento das classes de diâmetro foi evidenciado na forma de J-invertido, que é o previsto para florestas inequiâneas. Conclui-se que não houve a influência da presença de cipós na distribuição diamétrica de fustes da família Fabaceae no entorno das nascentes estudadas. A função Weibull foi eficiente para a estimativa da frequência relativa de fustes em diferentes classes de diâmetro no entorno das nascentes.