Sistema Online de Conferências - IFMG Campus Bambuí, XIV Jornada Científica

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Estudos florísticos preliminares de uma trilha interpretativa do IFMG Campus Bambuí
João Vítor Souza Frois, Gabriel César Ferreira, Cássia Cristina Firmino Torquato, Rafael Reis, Bruno Sampaio Amorim, Fernanda Nunes Cabral

Última alteração: 2022-10-03

Resumo


A educação ambiental é uma ferramenta promissora para a preservação da biodiversidade vegetal. Espaços como os jardins botânicos são de grande importância neste processo, pois introduzem diferentes ambientes de aprendizagem que podem servir como recursos didáticos, como as trilhas ecológicas. As trilhas em geral se apresentam como uma importante opção para desenvolver a Educação Botânica e Social da população, pois é uma maneira prática de combinar a observação e contato direto com a fauna e a flora de uma região. Este trabalho tem o objetivo de identificar plantas de uma trilha localizada no Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Bambuí (área da Ressaca), trazer informações envolvendo a população nos saberes botânicos, desenvolvendo atividades práticas, buscando conhecimento taxonômico e ecológico sobre a flora local, sua diversidade e a gestão responsável dos recursos desenvolvidos. O projeto está sendo desenvolvido através de caminhadas aleatórias, buscando ativamente plantas com estruturas reprodutivas (esporófitos, soros, flores, frutos e/ou sementes), coletando amostras destas plantas, depositando-as no Herbário IFMG e identificando-as ao menor nível hierárquico taxonômico. Foram realizadas quatro saídas a campo na trilha da Ressaca, e foram coletadas e/ou visualidades seis famílias botânicas: Annonaceae, Fabaceae, Melastomataceae, Malpighiaceae, Myrtaceae e Urticaceae. Fabaceae foi a família mais representativa com três morfotipos. As famílias Annonaceae, Myrtaceae e Melastomataceae apresentaram dois morfotipos cada, enquanto as famílias Malpighiaceae e Urticaceae apresentaram apenas um morfotipo. As amostras de Malpighiaceae (Lophantera lactescens), Annonaceae (Annona crassiflora e Xylopia aromatica), Melastomataceae (Miconia macrothyrsa e Miconia sp.), Myrtaceae (Eugenia sp. e Syzygium sp.) e Urticaceae (Cecropia sp.) foram identificadas a nível genérico e específico e Fabaceae a nível de morfotipo. Lophantera lactescens é conhecida popularmente como chuva-de-ouro-do-amazonas e é muito utilizada na ornamentação nas calçadas da cidade de Bambuí. A espécie tem um porte de cerca de 20 metros de altura e possivelmente foi plantada no local. Annona crassiflora, conhecida como araticum, é nativa da região do Cerrado e seus frutos têm importância alimentícia, sendo consumido pela população. Xylopia aromatica, conhecida como pimenta-de-macaco, também é nativa do Cerrado, é uma planta pioneira e seus frutos servem de alimento para os pássaros. As pixiricas são arbustos e/ou árvores nativas do gênero Miconia (Melastomataceae), possuindo flores pequenas e são encontradas frequentemente em bordas de matas. Eugenia sp., conhecida como uvalha é uma planta que possui frutos pequenos e comestíveis, frequentemente consumidos pelos pássaros. Já o joão-bolão do gênero Syzygium é de origem asiática e seu cultivo se popularizou na região por causa dos seus frutos comestíveis. Por último, Cecropia sp., conhecida como embaúba, também é uma árvore pioneira e frequente em áreas antropizadas. A trilha botânica da área da Ressaca possui plantas com diversas características taxonômicas e são importantes componentes da flora do cerrado. A área servirá como meio de estudo para projetos e atividades de ensino, pesquisa e extensão como, por exemplo, nas aulas práticas dos cursos de Bacharel em Agronomia, Licenciatura em Ciências Biológicas e do Ensino Médio do IFMG e das escolas estaduais e municipais.

Palavras-chave: cegueira botânica, Ensino de botânica, trilha ecológica