Última alteração: 2022-10-17
Resumo
Os antibióticos utilizados como promotores de crescimento em rações para frangos de corte passaram a ser vistos como fatores de risco para a saúde humana, possivelmente devido ao surgimento de superbactérias resistentes. Objetivou-se com este trabalho avaliar o rendimento de carcaça e cortes comerciais (coxa, sobrecoxa, peito, dorso, asa, vísceras comestíveis, pés e gordura abdominal) e pH de peito e coxa de frangos de corte da linhagem COBB 500 alimentados com rações com diferentes níveis de inclusão de sementes trituradas de pimenta rosa (PR - Schinus terebinthifolia Raddi), que possue ação antimicrobiana, em substituição ao antibiótico. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Animais do IFMG, sob protocolo 05/21. O trabalho foi realizado no galpão experimental do IFMG - campus Bambuí-MG, utilizando-se um delineamento experimental inteiramente casualizado, com cinco (5) tratamentos (ração com antibiótico, ração sem antibiótico, ração com 1 kg de PR/t ração, ração com 2 kg de PR/t ração e ração com 3 kg de PR/t ração, e oito repetições (12 frangos machos cada - 12 aves/m2), totalizando 480 aves. As rações experimentais e água foram fornecidos à vontade. As rações foram formuladas de acordo com as recomendações de Tabelas Brasileiras para aves e Suínos (Rostagno, 2017). Após 12 horas de jejum, e aos 42 dias de idade, selecionou-se três aves para abate com o peso médio próximo a média da parcela (±5%). A pesagem da carcaça e cortes comerciais e determinação do pH da coxa e peito foi feita 24 horas após o abate e resfriamento das carcaças. Os dados das variáveis foram submetidos à análise de variância através do pacote estatístico SISVAR (Teste de contrastes para a comparação do tratamento com antibiótico em relação a cada um dos demais tratamentos). Os resultados encontrados das análises foram: carcaça inteira com pé e pescoço (%): 76,45; 78,39; 77,57; 77,24 e 76,55; rendimento de carcaça pronta para assar (RCPA - sem pé e sem pescoço - %): 69,65; 72,00; 70,93; 70,61 e69,89; peito (%): 34,32; 36,43; 35,96 e 36,22; coxa (%): 14,10; 13,59; 13,42; 13,45 e13,81; sobrecoxa (%): 15,35; 15,19; 15,14; 15,06 e 14,95; asa (%): 10,29; 9,93; 10,35; 10,26 e 10,39; dorso (%): 17,04; 16,71; 16,57; 16,33 e 16,35; moela (%): 1,41; 1,24; 1,21; 1,17 e1,17; fígado (%): 1,70; 1,67; 1,66; 1,64 e1,66; gordura abdominal (%): 0,927; 0,942; 0,939; 0,731 e 0,789; pH do peito: 6,1; 6,2; 5,9; 6,0 e 6,0; pH da coxa: 6,4; 6,4; 6,1; 6,2 e 6,2. O RCPA e peito apresentaram piores resultados (P<0,01) para as aves que receberam antibiótico em comparação aos demais tratamentos. O pH de peito e coxa dos tratamentos que receberam diferentes níveis de PR apresentou valores mais baixos em, comparação as aves que fizeram o uso de antibiótico (P<0,01). O rendimento de asa somente foi significativo para a comparação do controle negativo e antibiótico (P<0,05). Para as demais variáveis analisadas, não houve efeito (P>0,05) dos contrastes ortogonais propostos. Aves recebendo ração com antibiótico apresentaram os piores resultados para rendimento de carcaça pronta para assar e peito em comparação aos demais tratamentos com ou sem antibiótico.