Sistema Online de Conferências - IFMG Campus Bambuí, XIV Jornada Científica

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TOLERÂNCIA À DESSECAÇÃO DOS GRÃOS DE PÓLEN DE TOMATE
João Vitor Souza Frois, Maria Cristina da Silva Barbosa, Luciano Donizete Gonçalves, Isabelly Avelar Santos, Gustavo Henrique Silva Fernandes, Maria Luísa Freitas Teixeira

Última alteração: 2022-10-04

Resumo


A conservação de grãos de pólen é importante para a preservação de germoplasma, no auxílio de pesquisas que utilizem este material em estoques e para promover intercâmbio de germoplasma e potencializar programas de melhoramento. Conhecer a viabilidade dos grãos de pólen em espécies vegetais é fundamental também no processo de hibridação artificial.

Dessa forma, o pólen armazenado precisa se manter viável para sua futura utilização. Tem sido relatado que a viabilidade do pólen armazenado a baixas temperaturas é mantida quando o mesmo está seco, ocasionando uma diminuição do risco de formação intracelular de cristais de gelo, formados em temperaturas abaixo do ponto de congelamento (0º C).

Existem várias técnicas para retirar umidade dos grãos de pólen: a liofilização e a utilização de substâncias higroscópicas, como a sílica gel e solução de cloreto de sódio. Como é possível que os grãos de pólen apresentem um comportamento variável entre as diferentes espécies com relação à tolerância à dessecação, o objetivo deste trabalho foi determinar a tolerância à dessecação dos grãos de pólen de tomate.

O trabalho foi conduzido no Laboratório de Melhoramento Genético do IFMG- Campus Bambuí. Foram utilizados pólens coletados de plantas de tomateiro cultivadas no Setor de Olericultura da mesma instituição. Os tratamentos avaliados foram pólen fresco e pólen seco. Com o auxílio de um vibrador elétrico os grãos foram coletados e colocados em placas de petri e divididos em duas amostras. Uma amostra foi levada para um dessecador contendo sílica gel para secagem do pólen por um período de 24 horas e a outra amostra foi polvilhada em placa com meio de cultura preparado previamente. O meio de cultura tinha em sua constituição 10 gL-1 de ágar, 50 gL-1 de sacarose e 0,004 gL-1 de ácido bórico. O pH do meio foi ajustado para 7,0, o meio foi autoclavado, e ainda quente, distribuído em placas de petri.

Para a avaliação da germinação das duas amostras (fresco e seco), os grãos de pólen foram levados até a câmara de fluxo laminar e polvilhados sobre as placas que continham o meio de cultura, as quais foram levadas para o BOD a 22º C durante 24 horas. Posteriormente foram preparadas duas lâminas de cada amostra e analisados 100 grãos de pólen por campo em microscópio óptico na objetiva de 40x. Foi considerado germinado aquele grão de pólen que tivesse um alongamento do tubo polínico. Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância e comparação de médias pelo teste de Scott-knott utilizando o software Sisvar.

Observou-se diferença estatística entre os valores encontrados, sendo que o percentual de viabilidade do pólen fresco foi de 76,7 % e após a secagem foi de 0,43%. A partir dos resultados obtidos conclui-se que a dessecação afetou a germinação in vitro do grão de pólen de tomate, diminuindo consideravelmente sua viabilidade, entretanto mais estudos devem ser realizados que possibilitem avaliar diferentes tempos e técnicas de secagem e qual seria o grau de umidade considerado ótimo para o armazenamento do grão de pólen.