Sistema Online de Conferências - IFMG Campus Bambuí, XIV Jornada Científica

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PALATABILIDADE PARA AS CÁPSULAS DE PRÓPOLIS VISANDO AO CONSUMO VOLUNTÁRIO PELOS CAPRINOS
Yasmin Vinhal Freitas Madio, Simone Magela Moreira, Gabriela Luiza Soares Clarindo, Ana Clara das Mercês Anastácio

Última alteração: 2022-10-10

Resumo


A pecuária caprina-ovina foi considerada atividade de subsistência por muito tempo, mas essa não é mais a realidade atual. Grandes investimentos seguem direcionado a esse setor, sendo isso devido principalmente à elevada rusticidade e adaptação apresentadas por estas espécies. A criação dos pequenos ruminantes pode ser economicamente mais viável que a de bovinos, principalmente por consumirem menor quantidade de alimentos e possuírem ciclo reprodutivo mais rápido. Porém, no Brasil, as elevadas infestações  parasitárias  representam grave problema sanitário, causando prejuízos como a diminuição no ganho de peso, a redução da fertilidade das fêmeas e o aumento da mortalidade e gastos com medicamentos. O manejo incorreto de quimioterápicos contínuo, ao longo dos anos, constitui a principal causa para os históricos de resistência parasitária, sendo ainda responsável por resíduos encontrados na carne e no leite. Por isso, fármacos à base de extratos naturais, demonstram grande potencial, tendo a própolis em evidência, pois, além de biodegradáveis, este produto possui efeitos positivos sobre a saúde animal, com grande potencial nos sistemas de produção orgânica e biológico-dinâmica. Contudo, devido ao seu sabor, a própolis dificulta o consumo por parte dos animais, exigindo alterações de manejo e provocando estresse de contenção em sua administração. Por isso, o presente estudo objetivou desenvolver uma cobertura palatabilizante para facilitar a ingestão voluntária da própolis pelos caprinos. Para tanto, foram utilizadas oito cabras da raça Saanen, mantidas em instalação intensiva no campus Bambuí do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, em 2022. Para alcançar o objetivo, uma cobertura a base de melaço foi desenvolvida e aplicada sobre cápsulas comerciais de própolis em pó. Para a elaboração, foi seguida a  técnica de fabricação caseira de balas que, após resfriamento, as cápsulas foram oferecidos diariamente às cabras por 30 dias, sendo os 15 dias iniciais destinados à adaptação e os 15 dias seguintes denominados “período de consumo voluntário”. Os dados relativos à rejeição/aceitação/consumo foram quantificados, e os resultados, analisados, comparando-se os dois períodos. Observou-se que, durante a adaptação, duas (25%) cabras já ingeriram voluntariamente os comprimidos. Mantendo-se a oferta, após o terceiro dia da fase seguinte, outras quatro, totalizando seis (75%) cabras, consumiam e permaneceram consumindo os comprimidos que lhes foram oferecidos. Com base nesses resultados foi possível sugerir que a cobertura de melaço serve como estratégia de palatalização e facilita o manejo e a adesão dos caprinos à prescrição terapêutica da própolis. Outras análises sensoriais mais complexas, com um número maior de animais, com um grupo-controle, bem como estudos mais aprofundados acerca da caracterização do produto, para fins de prototipação industrial, devem ser realizados, com vistas a introduzir no mercado esta nova formulação, destinada à oferta da própolis aos animais.