Sistema Online de Conferências - IFMG Campus Bambuí, XIV Jornada Científica

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INFLUÊNCIA DA DIETA NO PH BUCAL DE EQUINOS
Savio Henrique Dias Lima, Hítallo Eduardo de Magalhães, Pamella Grossi de Sousa, Marcos Aurélio Dias Meireles, Vinícius Silveira Raposo, Cândice Mara Bertonha

Última alteração: 2022-08-30

Resumo


 

A domesticação equina alterou principalmente a alimentação, reduzindo o tempo de pastejo e a diversidade de alimentos consumidos. As mudanças nos hábitos alimentares do equino resultaram no aumento de afecções dentárias, também observadas em seres humanos que aumentaram a ingestão de carboidratos, reduzindo o pH bucal e favorecendo o desenvolvimento de cáries. Sendo assim, objetivou-se avaliar a influência da dieta no pH bucal equino. Foram utilizados 20 potros Mangalarga Marchador, com idade média de sete meses, divididos em quatro grupos de acordo com o tipo de volumoso fornecido: silagem de milho (Grupo SM), feno prismático (GrupoFPr), feno pré-secado (F) e feno peletizado (FPe), sendo os diferentes preparos de fenos constituídos por Tifton 85. As dietas foram formuladas de acordo a exigência nutricional da categoria e foram isoproteicas e isoenergéticas. Após 60 dias de adaptação ambiental e alimentar, os animais foram submetidos a jejum hídrico e alimentar de três horas para a mensuração do pH bucal (MB), com o uso de fita colorimétrica indicadora de pH, posicionada no dorso da língua do animal. Após, os animais receberam 500 gramas de matéria seca do volumoso correspondente de cada grupo e tiveram cinco minutos para o consumo. Em seguida, foi realizada a mensuração do pH bucal (M0) e repetida após 10 (M10), 30 (M30) e 60 (M60) minutos. Os valores obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e as médias entre os grupos e entre os momentos de cada grupo foram comparadas pelo teste de Student-Newman-Keuls (p≤ 0,05). Nos grupos FPr, F e FPe os valores de pH bucal não obtiveram diferença significativa entre os momentos. No grupo SM ocorreu redução significativa entre os valores médios de pH bucal de MB (8,2) e M0 (6,4), porém com aumento significativo em relação a M0 em M10 (7,2) e M30 (7,8), se mantendo estável em M60. A média do pH bucal obtida em todos os animais, independente do tratamento foi 8, estando acima de valores previamente obtidos na literatura (7,8). A redução do pH bucal no grupo SM pode ser explicada pelo elevado teor de amido do milho (79,3%), resultando na maior produção de ácido láctico, quando comparado aos animais que receberam Tifton em diferentes preparações, que apresenta o teor de amido próximo à 3,9%. O retorno do pH bucal a valor próximo ao MB no grupo SM, após 10 minutos da ingestão da dieta, pode ser explicado pela presença de bicarbonato na saliva, que exerce efeito tamponante. Desta maneira, conclui-se que a dieta influencia no pH bucal de equinos, sendo que elevados teores de amido promovem a acidificação da saliva, porém de maneira temporária, devido ao efeito tampão salivar.

Palavras-chave: Alimentação, amido, saliva, tampão.