Sistema Online de Conferências - IFMG Campus Bambuí, Mostra de Projetos de Ensino

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Parangohélio: mostras de arte participativa
Gilbert Daniel da Silva

Última alteração: 2023-07-27

Resumo





ORIENTADOR: Prof. Gilbert Daniel da Silva

Colaborador: Prof. Diego Henrique Figueira de Melo

Monitoria: Emily Monteiro de Morais

CAMPUS/CAMPI: Ribeirão das Neves

Alunos participantes:

Cyara Letícia Oliveira de Abreu

Giovana Damascena Gonçalves

Giovanna Martins de Andrade Irias

Julia das Graças Gonçalves

Maria Clara Ferreira Silva

Sthefanny Vitória dos Santos

ÁREA  DO CONHECIMENTO / TEMÁTICA DO PROJETO: Artes visuais

/ Arte Contemporânea


PÚBLICO-ALVO: Alunos dos cursos técnicos integrados ao ensino médio em Administração, Eletroeletrônica e Informática, dos 1º e 2º anos.


JUSTIFICATIVA

O projeto em seu nome faz um modesto tributo ao trabalho do artista Hélio Oiticica (1937-1980) e sua obra controvertida e rebelde, que debatia a relação entre obra, vida e espectador. Seus relevos, penetráveis, parangolés e instalações se tornaram uma referência para artistas brasileiros e para colecionadores, chegando a figurar entre importantes nomes das artes contemporâneas na Europa e nos Estados Unidos, desde os anos 1980.

Seu processo de criação se baseia na reflexão sobre os meios e os conteúdos da arte, cuja análise busca uma síntese formal em permanente transformação, apontando para a superação das formas consagradas da pintura e da escultura modernas. Um construtivismo que se alimentou de si mesmo no movimento dialético entre criação e problematização do espaço.

Trata-se de projeto de ensino que ocorre no horário do intervalo, contemplando estudantes dos cursos técnicos de Administração, Eletroeletrônica e Informática, dos 1º e dos 2º anos. Os trabalhos são produzidos durante as aulas de artes, em atividades em grupo, para serem exibidos no horário de 12h30 às 13h50, contando com a visita da comunidade do campus. Cada turma apresenta seus trabalhos em datas separadas, e uma turma é sorteada para fazer relatórios a partir da observação dos trabalhos apresentados. Nessa dinâmica, os alunos desenvolvem suas propostas artísticas, enquanto elaboram temas como culturas indígenas, culturas afro-brasileiras, feminismo, entre outras pautas de grupos historicamente perseguidos.

Trabalhar os temas sobre grupos historicamente perseguidos é fundamental para a formação humana, integral, que capacita os estudantes a refletir sobre as contradições e desigualdades sociais. Desse modo, os estudantes conhecem o que cada grupo produziu e refletem sobre o que viram, sendo também avaliados.

O ensino de arte para estudantes do curso técnico integrado ao ensino médio pode colaborar para a produção, a leitura e a contextualização de obras visuais contemporâneas.

Pensando nisso, torna-se importante refletir sobre temas de grupos historicamente marginalizados. As artes dos povos indígenas, as culturas afro-brasileiras, os movimentos feministas e LGBTQIA+, entre outros, ganham representação e divulgação por meio da criação artística.

Ao mesmo tempo, esses temas são desenvolvidos em propostas de arte interativa ou em rodas de conversa, palestras e dinâmicas de jogos, cenas curtas e produção audiovisual.

A arte contemporânea é produzida por diversos artistas, identificados com um vasto espectro social, cultural e de gênero. Muito além da produção eurocêntrica, restrita ao padrão branco, cristão, heretossexual, etc., o que temos na atualidade é a presença de artistas latinoamericanos, africanos e asiáticos; mulheres, negros, nativos das mais variadas regiões ou etnias; mulheres e homens transgêneros; como também a arte de crianças, idosos e doentes mentais. Essas coleções de arte refletem as identidades e a vastidão de formas de viver e produzir culturas.

Somente com a atividade frequente e rotineira, reforçando o combate aos estereótipos na escola, se torna possível melhorar o ambiente escolar, para que todos possam viver de modo saudável, sem violência simbólica e sem agressões. Cultivando-se assim o convívio na diversidade.

Em uma perspectiva Freireana, a ação educativa nunca deve objetificar os homens, sejam eles estudantes, camponeses, alfabetizandos, operários, etc.. O cuidado que a relação educador-educando demanda diz respeito, sobretudo, ao conhecimento mediado por ambos segundo a contradição que a vida lhes impõe, ou seja, a realidade vivida pelos educandos e compartilhada com os educadores fornece elementos para a transformação da mesma.

No caso da arte, a proposta era para que os estudantes encontrassem formas de abordar as contradições do tema proposto, levando em conta suas experiências. De forma interativa, abrindo o debate para a participação do público.

O círculo de conversações a partir das linguagens por eles compartilhadas - em se tratando todos eles de jovens entre quinze e dezenove anos, aproximadamente - foi um antídoto à invasão cultural, que tanto pode ocorrer quando o assunto é a arte na escola, tendo em vista o elitismo que persiste em muitos temas da área.

A dinâmica das apresentações dos alunos favorecem a interação entre os cursos e as turmas, compartilhando informações e métodos diferentes de abordagem dos temas. Com isso, os estudantes ampliam seus processos sobre como abordar os conteúdos e apresentá-los, o que pode ser muito útil para desenvolver a oralidade e a participação em variadas dinâmicas de trabalho individual ou em grupo. Uma habilidade como essa é importante para a vida acadêmica de qualquer estudante.


OBJETIVOS


Objetivo geral

Trabalhar temas sobre grupos historicamente discriminados por meio de propostas de artes interativas criadas e propostas pelos alunos do ensino técnico integrado.


Objetivos específicos

1.Conhecer propostas interativas de artes;

2. Conhecer propostas do artista Hélio Oiticica;

3. Desenvolver os temas propostos sobre grupos historicamente marginalizados;

4. Planejar dinâmicas para a participação do público;

5. Produzir relatórios sobre as atividades nas mostras de artes.


METODOLOGIA

Consiste na leitura, na produção e na contextualização segundo a proposta de Ana Mae Barbosa. A fruição da arte opera simultaneamente naquelas três dimensões.

A produção, por exemplo, funciona como o registro do que se experienciou no trabalho com as formas da arte e da cultura; a leitura, por sua vez, se refere aos elementos básicos da linguagem visual: cor, linha, textura, plano, volume, ritmo, etc.. A contextualização é o momento de criar relações que podem ser de natureza artística, mas também histórica, sociológica, psicológica, filosófica, etc..

A perspectiva que se segue foi elaborada por Barbosa (2000) como “método” a ser usado na Educação Escolar como espaço privilegiado, assim como Museus, Galerias e outros espaços do ensino não formal. A autora ao tratar das abordagens que potencializam o ensino da arte, fornece-nos um excelente meio para, no contexto educacional, fazermos frente às influências dos diversos textos em seus múltiplos suportes.

A Proposta Triangular como alternativa para o problema da opinião deve ser descrita como um processo que qualifica nosso esforço em conhecer e questionar. Assim como um princípio genético, tal proposta, aplicada inicialmente a fruição de obras de artes visuais, pode ser utilizada em diferentes campos do conhecimento. Em função do espaço, de forma breve trataremos de um relato observado em uma sala de aula, durante um debate em torno da obra A Liberdade Guiando o Povo, pintura de Eugene Delacroix, datada de 1830. O caso em questão foi registrado por mim durante as minhas aulas de Arte, em uma escola da rede municipal de ensino, de Belo Horizonte, no ano de 2008, com estudantes do oitavo ano do Ensino Fundamental. Detalhando melhor a proposta de Barbosa (2000) ela está dividida em três etapas simultaneamente articuladas e não hierarquizadas. Primeiro, a leitura da obra e suas várias possibilidades e conexões a partir das interações produzidas pelo espectador; segundo, a contextualização, que pode ser histórica, social, econômica, política, antropológica; e terceiro, o fazer, ou seja, a criação artística do estudante. A leitura da obra pode ser, segundo teorias mais recentes, tais como a semiologia, a semiótica, o desconstrucionismo e o feminismo, uma abordagem cultural que permite privilegiar os múltiplos significados empregados pelo espectador-leitor. A contextualização não seria apenas em seu viés de História da Arte. Esta seria uma abordagem de ensino de arte modernista. Para uma arte-educação pós-moderna – defendida por Ana Mae Barbosa – os vários contextos interessam e são relevantes para se pensar a obra de arte. Esse entendimento de contextualização favorece a interdisciplinaridade ao agregar temas transversais como o multiculturalismo e a ecologia, em sintonia com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) (BRASIL, 1997).


Figura 1 - Claudia Andujar

Fonte: Foto do autor, 2023.


Contextualizar é criar conexões com a realidade em suas múltiplas dimensões, na produção do conhecimento que a arte pode proporcionar. Reduzir a contextualização à história da arte é um procedimento que não está alinhado com as perspectivas contemporâneas do ensino de arte. Essa redução nos parece limitada, se pensarmos, por exemplo, na leitura de mundo, proposta em graduações, segundo as teorias da Semiótica.

A contextualização precisa levar em conta a idade de quem está diante da obra para fruí-la. Ou seja, para crianças de nove ou dez anos, é fundamental explicar que determinada obra foi feita na época em que os avós da criança eram da mesma idade que sua neta. Para um público mais adulto, a contextualização pode ser feita fazendo-se referência a acontecimentos mais recentes. No caso de uma pintura do início dos anos sessenta, fixar para o espectador que tal pintura foi produzida quando Brasília estava sendo inaugurada ou quando a TV ainda era em preto e branco. Já o fazer abrange técnicas e suportes na produção de uma imagem, uma visualidade. A criança executa seu registro do que vivenciou na aula, fazendo dele uma síntese concreta de sua experiência. Curioso realçar que ainda hoje se confunde aula de arte com um fazer descontextualizado, como se o conhecimento artístico simplesmente estivesse fora do horizonte da formação das crianças e dos jovens.

Na melhor das hipóteses, mesmo a proposta triangular se reduziu a releituras de imagens da arte, reproduzidas mecanicamente e sem se sustentar na tríade leitura-produção-contextualização. Prosseguindo sobre o relato, ele é sobre como um dos estudantes recebeu e se manifestou ao ver a obra plástica, em questão. Ele, vestindo uniforme de uma das maiores torcidas organizadas do Cruzeiro Esporte Clube, não titubeou em afirmar que o tema da pintura era uma briga de torcidas, dizendo com ênfase o que pensava, sentado bem próximo ao professor, nas primeiras fileiras. A contextualização seguiu, em parte, essa linha de interpretação dada pelo estudante. Ainda que ela possa ser vista com desconfiança e até mesmo como uma brincadeira um tanto desnecessária, não há como negar que o paralelismo estava dado. Ora, tanto na guerra das torcidas quanto em batalhas entre civis e militares, pessoas morrem e o enfrentamento se desenrola violentamente. Era relevante, portanto, não subestimar o cenário proposto pelo estudante e seguir em frente com sua primeira leitura.

Avançando por ela, depois de assimilá-la sem restrições, tentei mediar pontos divergentes, destacando, por exemplo, que a obra de Delacroix foi pintada a partir de notícias de jornais da época, uma vez que o artista não participou de nenhum dos levantes populares. Ao mesmo tempo, destacou-se que o processo da pintura demanda uma série de etapas, estudos e escolhas do artista, tornando a imagem por ele produzida o resultado de uma sequência sui generis, bem diferente do que acontecera nas ruas e fora filtrado pelas reportagens lidas pelo pintor. Resta saber, também, como o pintor leu os jornais e quais eram suas possíveis motivações ideológicas.

Especificamente neste projeto de ensino, a abordagem triangular de Ana Mae Barbosa foi usada na medida em que os alunos entravam em contato com os aspectos formais das criações indígenas, feministas, etc., e com isso elaboraram suas primeiras leituras; a contextualização era produzida a partir do trabalho nas aulas de artes visuais, quando era possível assistir a vídeos sobre o tema, como por exemplo na entrevista com a liderança indígena Ailton Krenak. As criações de artistas como Guerrilla Girls, Barbara Kruger, Marina Abramovic, Jenny Holzer, Eva Hesse, Louise Bourgeois e Cindy Sherman são exemplos de como a produção visual encontra uma diversidade de linguagens, técnicas e proposições. Ao mesmo tempo, o trabalho do fotógrafo Robert Mapplethorpe e as instalações de Mike Kelley dão os contornos de uma arte que, tangenciando o homo-erotismo e o fetiche sexual, alimenta o universo do desejo sem se prender em militâncias panfletárias.

As fotografias de Claudia Andujar tiveram grande impacto quando vistas por alunos em uma visita técnica no Instituto Inhotim, localizado na cidade mineira de Brumadinho. As séries do retratos por exemplo em seu jogo de luz e sombra e aparência de naturalidade dos personagens serviu de analogias contrastantes com o uso do retrato em redes sociais. Também foi destaque o processo que a artista desenvolveu na interação com os Yanomamis enquanto os conhecia e introduzia o uso da câmera fotográfica em meio aos nativos, que até então não tinham contato com esse dispositivo.


Figura 2 - Pierre Verger

Fonte: Verger, 2011


Também utilizamos como referências visuais as fotografias de Pierre Verger (VERGER, 2011) e as ilustrações do artista Carybé (VERGER, 2019) sobre as lendas dos orixás recolhidas por Pierre Verger. Uma terceira referência, foi a de Silveira (2015) que foi importante para desenvolver noções sobre a saúde mental e a importância da arte como aliado ao tratamento e produção estética. A luta antimanicomial é um tema desconhecido por muitos dos estudantes que ao final se sensibilizaram com essa pauta de movimentos sociais.

Hidalgo (1996) em seu livro sobre o Arthur Bispo do Rosário forneceu dados sobre a vida e a obra do artista que viveu quase quarenta anos em uma instituição psiquiátrica. Sua produção representa uma poderosa coleção de imagens realizadas em diferentes suportes - pinturas, bordados, objetos, capas e instalações. As imagens de Bispo do Rosário inspiraram os estudantes a produzirem suas criações visuais, comovidos pela história de vida tão incomum e incompreendida por décadas.

Diante desse painel de produção contemporânea, os alunos produziram seus dispositivos visuais para compartilhar com o público as mais variadas situações. Ao se tornarem autores dessas intervenções, os alunos se mobilizaram para passar adiante um significado, seja em forma de fotografias projetadas, vídeos, cenas curtas, instalações ou rodas de conversa. A produção não parava nesse ponto, uma vez que a interação com os espectadores provocava novas indagações e possibilidades.


Figura 3 - Pierre Verger

Fonte: VERGER, 2011


RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS/ OU OBTIDOS

Espera-se que os alunos desenvolvam habilidades na mediação do conhecimento, possibilitando a eles mais autonomia na produção e compartilhamento das informações. Ao participar da elaboração e coordenação das oficinas ou rodas de conversa, os alunos estarão ampliando seus repertórios culturais e suas habilidades em orientar atividades com um pequeno público; ao estimular a participação dos espectadores e propor o debate, cria-se um ambiente favorável para o crescimento individual e a percepção das habilidades comunicativas e dialógicas que se tornam mais consolidadas.

Um dos resultados que foi para nós motivo de grande alegria se refere a um curta-metragem produzido por alunas do segundo ano do curso técnico integrado ao ensino médio de Administração. As alunas fizeram uso do audiovisual para uma sessão, com participação do público presente em uma roda de conversa, debatendo o tema proposto em torno do mês das Mulheres.

O filme Pequenos Roubos - apresentado no campus dentro da programação deste projeto de ensino - foi selecionado para a I Mostra Cine RMBH, e foi exibido nas sessões da mostra que aconteceram nas cidades de Ribeirão das Neves, Sabará, Contagem e Betim. Um vídeo promocional do curta está disponível na internet. O curta aborda o tema do assédio que as mulheres sofrem, quando seus corpos são objetificados e expostos ao julgamentos indiscriminados, nos espaços escolares.


Figura 4 - Carybée

Fonte: VERGER, 2019


No  jornal O Tempo, uma matéria foi publicada sobre a exibição do curta, na cidade. Também foi postado no Instagram do Campus Ribeirão das Neves, um publicação sobre o filme Pequenos Roubos sendo exibido na escola.

Como exemplo da produção de texto, selecionamos a resenha produzida pelo aluno Luiz Henrique Freitas Cornelio, do curso de informática.


Figura 5 - Cartaz do filme

Fonte: Cine RMBH, 2023


"Pequenos Roubos" é um filme notável que retrata de forma cativante a jornada emocional de Victoria, uma jovem corajosa que enfrenta os desafios invisíveis impostos pela vida. A história nos conduz por uma narrativa envolvente, explorando temas profundos como autoestima, pressão social e a busca incessante por reconhecimento.

A cena inicial, com Victoria escrevendo em seu diário no quarto escuro, cria uma atmosfera íntima e reflexiva. Suas palavras revelam a angústia de sentir partes de si mesma sendo roubadas sem cerimônia pelo mundo ao seu redor. Essa sensação é reforçada quando ela decide usar um shorts lindo em um dia quente, mas acaba cedendo à pressão e opta por uma calça. Essa escolha revela a batalha interna entre a autenticidade e o medo do julgamento alheio.


Figura 6 - Colagem

Foto do autor, 2023


Ao chegar à escola, Victoria se depara com uma prova que ela se dedicou intensamente para estudar. A expectativa e a ansiedade são palpáveis. No entanto, a felicidade é efêmera quando a professora parabeniza o aluno errado pelo resultado, deixando Victoria decepcionada e invisibilizada. Essa situação ilustra a crueldade das expectativas sociais e a dor de não ter seus esforços reconhecidos.

O filme aborda de maneira sensível o impacto das palavras e das ações dos outros na construção da autoestima de Victoria. Ao escutar comentários maldosos sobre sua aparência e testemunhar o assédio, ela é levada ao limite, questionando sua identidade e coragem. Esses pequenos roubos, que a corroem por dentro, expõem a vulnerabilidade de Victoria, mas também acendem uma chama de determinação.


Figura 7 - Modelagem em barro e grafismos indígenas

Foto do autor, 2023


A direção habilidosa ressalta as nuances emocionais da protagonista, enquanto a trilha sonora e a fotografia contribuem para a atmosfera envolvente do filme. A atuação de destaque de Victoria transmite com autenticidade os sentimentos profundos pelos quais ela passa, permitindo que o espectador se conecte emocionalmente com sua jornada.

"Pequenos Roubos" é um filme poderoso que nos faz refletir sobre a importância de reconhecermos o valor intrínseco de cada indivíduo. Por meio da história de Victoria, somos lembrados de que a busca incessante por perfeição e aprovação externa muitas vezes nos rouba a alegria e a autenticidade. É uma obra que inspira a valorização de nossa própria identidade, encorajando-nos a resistir aos pequenos roubos que encontramos em nosso caminho.

Com uma mensagem inspiradora de resiliência e autoaceitação, "Pequenos Roubos" é um filme que nos leva a repensar nossa própria jornada e a importância de defendermos nosso valor intrínseco. É uma obra que nos motiva a enfrentar os desafios invisíveis da vida, abraçando nossa autenticidade e buscando a felicidade e o amor-próprio, mesmo diante das adversidades.


Com esses resultados, avaliamos que os objetivos foram alcançados, levando-se em conta a participação dos alunos e a forma como eles se mobilizaram para realizar seus trabalhos e apresentações interativas. Sobretudo, a produção audiovisual que circulou nas exibições do I Cine RMBH deu visibilidade ao projeto de ensino no campus e fora dele, realçando o valor de se quebrar o silêncio em torno do assédio que sofrem as mulheres, e como isso é percebido pelas alunas e compartilhado por outras mulheres. O curta Pequenos Roubos foi a resposta lúcida e indignada que as estudantes encontraram para não se silenciar. A produção audiovisual é fundamental para que os alunos compreendam os processos de manipulação que a linguagem do cinema e do vídeo possibilitam, e como desconstruí-las. Um tema relevante como esse encontrou repercussão e colocou em circulação o tipo de dominação que tenta todos os dias controlar os corpos femininos. E a arte é uma poderosa ferramenta para resistir a essa dominação.


Figura 8 - Quiz sobre lendas indígenas

Foto do autor, 2023


Referências


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