Neste artigo apresentamos algumas reflexões sobre questões raciais que permeiam a sociedade em pleno século XXI, após 134 anos de abolição da escravatura. Em vista de dados estatísticos recentes que comprovam o quão desigual são os percursos vivenciados por pessoas negras em comparação com as trajetórias de pessoas brancas nos meios políticos, econômicos e sociais. A problematização sobre as relações raciais tem se ampliado de forma progressiva na sociedade brasileira nessa última década bem como os debates sobre o tema. Essa problematização envolve tanto as práticas cotidianas dessas relações, embates e ações políticas, como as construções conceituais a estas relacionadas. Vivenciamos diversas diferenças sociais, e o racismo é a base para entender as desigualdades sociais que ainda envergonham a sociedade brasileira. As inaceitáveis distâncias que ainda separam negros de brancos, em pleno século XXI, o que refletem nos acessos desiguais a bens e serviços, ao mercado de trabalho, ao ensino superior bem como ao gozo de direitos civis, sociais e econômicos.  A prática racial atinge a subjetividade do ser humano, ou seja, na construção da sua identidade. Buscar discutir, desmistificar atitudes culturais brancas, que são factualmente racionalizada por um grupo dominante e opressor, que nos dias atuais passaram por modificações é um obstáculo a ser enfrentado, já que, na sua maioria a descriminação se apresenta camuflada.