Sistema Online de Conferências - IFMG Campus Bambuí, Seminário de Iniciação Científica (SIC) 2022

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MAPEAMENTO DAS LAGOAS MARGINAIS DO ALTO CURSO DO RIO SÃO FRANCISCO
Nayara Jamine Silva

Última alteração: 2022-08-23

Resumo


As zonas úmidas são sistemas complexos, ainda não totalmente compreendidos pela ciência, e desempenham funções importantes para o ecossistema como regularização do nível de água entre períodos de seca e úmidos, suporte ao ecossistema local, purificação da água e estoque de carbono. Junto com o rio São Francisco, um dos maiores do Brasil, apresenta grande potencial hídrico. Essas áreas estão diminuindo devido a vários fatores, antes de serem devidamente identificadas e registradas. Por isso, precisam de pesquisas que busquem compreender, identificar e enfatizar sua importância. A área de estudo é composta pelo alto curso do rio São Francisco, desde sua nascente, coordenadas 20°18'27.23"S, 46°32'10.42"O, na região da Serra da Canastra, até o início do lago de Três Marias, 18°57'46.66"S, 45° 7'17.50"O. Nesta pesquisa, as zonas úmidas são as lagoas marginais no curso do rio alimentadas por pulsos de inundação, que são períodos de elevação na altura do rio e que preenchem as planícies de inundação, fazendo uma troca de nutrientes entre o sistema terrestre e aquático, podendo ser identificados por meio da análise dos dados fluviométricos diários, ou seja, tomando-se os dados que representam a altura, vazão e velocidade do rio. Utilizando recursos e técnicas de sensoriamento remoto, estudou-se as áreas úmidas através das imagens do satélite Landsat 5, sensor TM, adquiridas no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) com o objetivo de identificar, mapear a localização e extensão das áreas úmidas entre 1992 e 2008. Além disso, tomamos os dados de altura da estação fluviométrica Ponte do Chumbo (código 40070000) da Agência Nacional das Águas (ANA). Em posse dos dados da estação e do período supracitados, consideramos que houve um pulso de inundação nos dias cujo nível do rio foi superior aos 600 mm. A partir disso, esses dados foram essenciais para determinar quais imagens seriam usadas na pesquisa. Além disso, verificou-se também a disponibilidade das imagens das datas em que os dados fluviométricos estivessem acima do esperado, bem como sua qualidade. Essas imagens foram processadas em softwares específicos – IDRISI versão Selva e o Quantum GIS (QGIS) versão 3.16.Portanto, como resultado, as datas trabalhadas são: 08/01/1997, cuja cota do rio era de 1232 mm e com aproximadamente 703.14 km2 de feições identificadas como área úmidas;12/04/2008, com 782 mm e 165.44 km2 de feições. É perceptível uma redução de áreas úmidas entre um período e outro, induzindo-nos e reforçando que essas áreas podem ser consideradas um valioso recurso hídrico para consumo humano, fornecimento de água e manutenção da biodiversidade, porém necessitam de estudos, identificação e proteção que garantam sua dinâmica e desempenho de suas funções.


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