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No Brasil, a principal matéria prima madeireira, com maior área plantada, correspondem a espécies do gênero Eucalyptus, para suprir a demanda na produção de celulose, carvão vegetal, painéis de madeira, entre outros, sendo o Brasil o maior produtor mundial de celulose de fibra curta. A madeira é um material heterogêneo, que corresponde ao xilema secundário, em que, as células são formadas através das divisões celulares do câmbio. A idade cambial resulta em variações nas dimensões e proporções das células, resultando em diferenças na qualidade. Essa heterogeneidade pode ser verificada em função da posição longitudinal, radial (idade), localização, entre outras. Outra característica que pode alterar as características da madeira, e consequentemente a sua qualidade, correspondem o lenho de reação, em que nas folhosas são formados os lenhos de tração em resposta por exemplo à declividade do terreno. O presente trabalho tem como objetivo analisar a variação radial (influência da idade) e lenho de tração e oposto nas dimensões das fibras da madeira de Eucalyptus cloeziana F. Muell. Para este estudo foram utilizados três indivíduos de Eucalyptus cloeziana F. Muell. provenientes de um plantio localizado em terreno declivoso (30°) no Instituto Federal de Minas Gerais – Campus São João Evangelista, com aproximadamente dez anos. Destes, foram retirados discos de aproximadamente 4cm de espessura a 1,30 metros do solo (DAP – diâmetro a altura do peito). Os discos do DAP foram demarcados na posição superior do terreno declivoso (lenho de tração) e inferior à inclinação do tronco (lenho oposto). Nestes dois lenhos foram retiradas quatro subamostras na direção radial, desde a medula até a casca para verificar a influência da idade. De cada material foram produzidos macerados, com solução de Franklin, para obter as fibras individualizadas. As fibras foram coradas com safranina 1% em água (p/v), colocadas em lâmina com glicerina 50% (v/v) e lamínula e foram medidas 30 fibras em cada posição radial e em lenhos oposto e de tração. As dimensões de fibras determinadas foram o comprimento, a largura, diâmetro do lume e espessura da parede. Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva por meio de BoxPlot e aos testes de Kruskal-Wallis e de Mann-Whitney com correção de Bonferroni, ambos ao nível de significância de 5% de probabilidade. Não foi verificada diferença estatística significativa entre os lenhos oposto e de tração, somente em função da posição radial (idade) nas variáveis quantitativas das fibras. Verificou-se comprimentos médios das fibras do lenho oposto de 981,44 µm e de 976,92 µm no lenho de tração. Quanto a largura média, verificou-se valores de 18,01 µm no lenho oposto e de 20,01 µm no lenho de tração. Quanto ao diâmetro do lume, verificou-se valores médios de 8,29 µm para o lenho oposto e de 7,25 µm para o lenho de tração. E quanto à espessura das paredes das fibras, verificou-se valores médios de 5,60 µm no lenho oposto e de 5,46 µm no lenho de tração.