Sistema Online de Conferências - IFMG Campus Bambuí, XI Seminário de Iniciação Científica do IFMG - SIC 2023

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SELEÇÃO DE SÍTIOS REFERÊNCIA NA BACIA DO GRAIPU EM GUANHÃES – MG
Emanoel Júnior Coelho Barroso, Graziele Wolff de Almeida Carvalho, Patrícia Pereira Gomes, Jonathan da Rocha Miranda, Danielle Maria Rocha, Júnia Alves de Almeida, Bruno Fernandes de Oliveira, Elisângela Cristina Silva Costa

Última alteração: 2023-08-18

Resumo


A conservação da qualidade dos ecossistemas de água doce e sua biodiversidade são essenciais para garantir a manutenção de bens e serviços ecossistêmicos, incluindo o fornecimento de água e regulação de microclima local. Para afirmar que a água não tem qualidade, existem parâmetros de comparação como a Resolução 357 do CONAMA que classifica o rio quanto sua qualidade física,química e bacteriológica. Porém, não há parâmetros que auxiliem sobre a determinação da integridade ecológica de uma bacia hidrográfica, uma vez que são vários os fatores que interferem nessa integridade. O Ribeirão Graipu, no município de Guanhães – MG é o principal corpo hídrico que o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) tem como ponto de captação de água para tratamento e distribuição para toda cidade. Ao longo do tempo, o ribeirão veio sofrendo diversas interferências antrópicas em toda sua extensão, justificando a necessidade do diagnóstico e biomonitoramento. Esse trabalho fez parte de um projeto macro, que ainda está em andamento, onde realiza a avaliação dos macroinvertebrados bentônicos como bioindicadores ambientais na bacia, porém, para iniciar esse biomonitoramento, fez-se necessário a seleção de sítios de referência na bacia e assim subsidiar o programa. A pergunta inicial do projeto foi: Há sítios de referência que podem auxiliar como parâmetro no programa de biomonitoramento com enfoque em macroinvertebrados bentônicos na bacia do Graipu? Para isso foi essencial a construção do mapa de uso e ocupação da bacia bem como, a avaliação da integridade do hábitat físico de pontos pré-selecionados ao longo de cursos d’água utilizando o PAR (Protocolo de Avaliação Rápida). O PAR analisa 22 parâmetros do ambiente físico de dentro e nas margens de cursos d’água e gera um Índice de Funcionalidade de Hábitat (IFH) onde scores acima de 60 pontos, representam trechos em condições de referência. Foram pré-selecionados 5 pontos para conferência em campo e aplicação do PAR, desses, dois pontos se encontram no alto da bacia do Graipu, dois no médio curso e apenas um no baixo curso. Esses pontos foram selecionados avaliando imagens satélites em áreas que apresentavam maior cobertura de mata nativa em torno dos cursos d’água. Como resultado constatou-se que a bacia do ribeirão Graipu é de uso agrossilvopastoril e encontra-se degradada e alterada, sendo que apenas em sua porção baixa, na sub-baciado ribeirão Cachoeira das Pombas, há uma área mais conservada, com maior cobertura de mata nativa em que a mata ciliar está presente dentro das exigências legais, esse foi o trecho em que se obteve maior avaliação pelo PAR. Os demais pontos, apesar de apresentarem valores do PAR pouco acima de 60 pontos, observava-se alterações antrópicas à montante, como lançamento de efluentes ou pequenos barramentos, não sendo possível seu uso como sítio de referência. Apesar de ser uma bacia pequena, esperava-se encontrar mais sítios com integridade ecológica, uma vez que essa é a principal fonte de produção de água para a população de Guanhães. A degradação verificada na bacia pode ser um dos fatores que levaram a diminuição da produção de água que culminaram na escassez e desabastecimento do município há alguns anos. Esse projeto foi de extrema importância para a continuidade do programa de biomonitoramento de macroinvertebrados bentônicos do Ribeirão Graipu e subsidiou diversos projetos de restauração e recuperação ambiental dos cursos d’água, além de ser um auxiliador para o órgão competente em tomadas de decisão acerca da gestão dos recursos hídricos.

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